29 julho, 2006

Convivi diariamente com Gianfrancesco Guarnieri durante alguns meses, na segunda metade dos anos 80. Táva coordenando a produção de uma novela da TV Manchete ("Helena'), e Guarnieri era do elenco. Viajamos juntos mais de uma vez (Ouro Preto, Parati...). Ele sempre gostou de beber não é novidade pra ninguém que o conheceu. E obviamente sobrava pra produção segurar a onda.

Lembro muito de uma externa em Parati: noturna, um sarau, o elenco inteiro em cena, durou toda a madrugada, só paramos de gravar quando a cor do céu começou a mudar. No meio da madrugada Guarnieri e uma atriz (que não vou identificar porque está vivíssima e é maravilhosa) me chamaram:

- Sônia, daqui a pouco vai fazer oito horas que estamos gravando.

Por lei a jornada de trabalho dos atores profissionais não pode passar disso.

- Já deu pra perceber que esta externa não acaba tão cedo. Ou seja, voces vão precisar de toda a nossa colaboração.

Ambos me encaravam com expressões seríssimas mas muuuito engraçadas.

-Estamos loucos pra ir embora, mas topamos ficar... desde que você mande buscar uma garrafa de whisky - agora

A essa altura ninguém mais conseguia ficar sério ali, nem eles nem eu. Bem que tentei argumentar...

- Gente, fora de época, no meio da noite... não há nada aberto em Parati!

Juro como não tive outro jeito a não ser atender ao 'pedido de produção'. Vai saber do que aqueles malucos eram capazes... Sem falar que era quase impossível dizer não pro Guarnieri - um dos sujeitos mais fofos com quem já tive o prazer de trabalhar.


 
Por Sônia Guimarães às 20:01     2 comentários
17 julho, 2006
Alexandre Orion é o nome do grafiteiro da vez em Sampa. O que não é pouca coisa. Afinal, esta cidade é a terceira maior produtora de grafites do mundo. Fora talento ele tem a coragem necessária aos artistas de rua. Os ataques do PCC não assustaram Orion, que manteve a intervenção marcada pra quarta à noite, dentro de um túnel. OLHA SÓ O QUE O CARA FEZ. A edição é do Chiquinho Barbosa e desta modesta blogueira... Pro Metrópolis.

 
Por Sônia Guimarães às 23:05     3 comentários
02 julho, 2006
Alfredo Volpi deve ter sido um cara muito feliz. É o mínimo que me ocorre diante da alegria e frescor de suas têmperas. Poucas vezes uma exposição me tocou tanto quanto a que está montada no MAM de São Paulo - e que acaba dia 5. Se você mora em São Paulo, corra pra lá.


Saí do Teatro Faap sem saber se gostei ou não de Ricardo III adaptada e dirigida por Jô Soares. O elenco inteiro (tem gente à beça no palco) parece pouco à vontade num dos mais encenados textos de Shakespeare. A exceção é Glória Menezes que, do alto de sua experiência, só precisou fazer o que aprendeu em décadas de trabalho.


Irresistível o som do grupo belga Vive La Fête. Sob medida pras pistas, dancei muuuuito. Só me incomoda esse hábito que os paulistanos têm de marcar tudo pra depois da meia-noite, tanto faz o dia da semana. O show começou às 2 da manhã! By the way, disciplina é ir a uma festa com bebidas e comidinhas free, e consumir apenas: 1 cerveja long-neck, 1 energético, e meia garrafinha d'água... Não fosse assim e provavelmente eu não tinha chegado inteira ao trabalho no dia seguinte.


Odair José, quem diria, de brega virou cult. Tá na área, até como estrela de comercial pra cartão de crédito. Mas a voz continua a mesma, como dá pra ver na matéria feita pelo Cunha Jr. - que Fabinho Rodrigues e eu editamos.

 
Por Sônia Guimarães às 20:40     1 comentários