Convivi diariamente com Gianfrancesco Guarnieri durante alguns meses, na segunda metade dos anos 80. Táva coordenando a produção de uma novela da TV Manchete ("Helena'), e Guarnieri era do elenco. Viajamos juntos mais de uma vez (Ouro Preto, Parati...). Ele sempre gostou de beber não é novidade pra ninguém que o conheceu. E obviamente sobrava pra produção segurar a onda.
Lembro muito de uma externa em Parati: noturna, um sarau, o elenco inteiro em cena, durou toda a madrugada, só paramos de gravar quando a cor do céu começou a mudar. No meio da madrugada Guarnieri e uma atriz (que não vou identificar porque está vivíssima e é maravilhosa) me chamaram:
- Sônia, daqui a pouco vai fazer oito horas que estamos gravando.
Por lei a jornada de trabalho dos atores profissionais não pode passar disso.
- Já deu pra perceber que esta externa não acaba tão cedo. Ou seja, voces vão precisar de toda a nossa colaboração.
Ambos me encaravam com expressões seríssimas mas muuuito engraçadas.
-Estamos loucos pra ir embora, mas topamos ficar... desde que você mande buscar uma garrafa de whisky - agora
A essa altura ninguém mais conseguia ficar sério ali, nem eles nem eu. Bem que tentei argumentar...
- Gente, fora de época, no meio da noite... não há nada aberto em Parati!
Juro como não tive outro jeito a não ser atender ao 'pedido de produção'. Vai saber do que aqueles malucos eram capazes... Sem falar que era quase impossível dizer não pro Guarnieri - um dos sujeitos mais fofos com quem já tive o prazer de trabalhar.
Lembro muito de uma externa em Parati: noturna, um sarau, o elenco inteiro em cena, durou toda a madrugada, só paramos de gravar quando a cor do céu começou a mudar. No meio da madrugada Guarnieri e uma atriz (que não vou identificar porque está vivíssima e é maravilhosa) me chamaram:
- Sônia, daqui a pouco vai fazer oito horas que estamos gravando.
Por lei a jornada de trabalho dos atores profissionais não pode passar disso.
- Já deu pra perceber que esta externa não acaba tão cedo. Ou seja, voces vão precisar de toda a nossa colaboração.
Ambos me encaravam com expressões seríssimas mas muuuito engraçadas.
-Estamos loucos pra ir embora, mas topamos ficar... desde que você mande buscar uma garrafa de whisky - agora
A essa altura ninguém mais conseguia ficar sério ali, nem eles nem eu. Bem que tentei argumentar...
- Gente, fora de época, no meio da noite... não há nada aberto em Parati!
Juro como não tive outro jeito a não ser atender ao 'pedido de produção'. Vai saber do que aqueles malucos eram capazes... Sem falar que era quase impossível dizer não pro Guarnieri - um dos sujeitos mais fofos com quem já tive o prazer de trabalhar.