28 janeiro, 2008
O primeiro grande momento da relação com um novo livro é o reconhecimento sensorial. Nessa fase a capa é determinante. Sou do tipo que alisa, cheira (acho que todo o mundo faz isso)

Se a capa d'O Mestre das Iluminuras fosse em relevo admito que teria comprado sem saber do que trata o romance. Mas, quando estendi a mão em direção ao livro, estava mais atraída pelo titulo. Abri no Prólogo. E dois parágrafos bastaram pra eu decidir:

John Wycliffe pousou a pena e esfregou os olhos cansados. A vela estava no fim, produzindo anéis de fumaça. Só queimaria por mais alguns minutos e era a última. O mês chegara apenas ao meio e ele já havia esgotado sua cota. Como professor de Balliol College, na Universidade de Oxford, recebia uma quantidade que seria o bastante para a maioria dos clérigos - para a maioria, que trabalhava de dia e dormia à noite. Mas Wycliffe mal dormia durante as horas noturnas. Sua determinação tirava-o da cama cedo e mantinha-o longe dela até tarde.

O brilho alaranjado do braseiro de carvão pouco adiantava para dissipar a penumbra que se adensava nos desvãos de seus aposentos espartanos. A vela crepitou e apagou. A moça logo estaria ali. Podia enviá-la ao comerciante de velas para comprar algumas e pagá-las ele mesmo, de seu próprio bolso. Não iria chamar atenção para seu trabalho implorando mais velas ao tesoureiro da universidade nem as pedindo emprestadas a colegas.



Terminei de ler O Mestre das Iluminuras esta noite. Um lindo romance.


 
Por Sônia Guimarães às 11:59     2 comentários
04 janeiro, 2008


Chamei o celular pra registrar o showcase da Nação Zumbi, no estúdio do Metrópolis.  O programa especial vai ao ar hoje, 7 e meia da noite. E tá ótimo.


 
Por Sônia Guimarães às 12:56     0 comentários
01 janeiro, 2008
Arrebatadora a autobiografia de Eric Clapton. Devorei as 400 páginas do livro (comecei a ler dia 25 à tarde). Sujeito complicado, Clapton teve uma existência à altura. O incrível é que nem nos momentos de aguda baixa-estima ele duvidou do poder de sua guitarra (que já no início da carreira lhe valeu o apelido "Deus"). Eric Clapton sempre aparentou ser um cara fechadão, avesso a confidências. Mas na autobiografia ele coloca tu-do na roda. Aqui vai um trechinho.


 
Por Sônia Guimarães às 17:07     2 comentários