20 outubro, 2008

Noite de sábado: festa no prédio em frente. Manhã de domingo: britadeiras furando o asfalto no quarteirão. Essa permanente atividade que me cerca com certeza tem algo a ver com a escolha recorrente de filmes e/ou romances ambientados em cenários remotos e isolados, intocados e inóspitos.

Liverpool nos leva ao interior da Patagônia argentina, mais precisamente até o meio do nada. The middle of nowhere. O filme tem o ritmo da ambiência, ou seja, quase não há ação. Fascinada pelas locações, não tirei os olhos da tela. Mas saí do cinema com a impressão de que anda faltando inspiração ao diretor Fernando Alonzo. Um argumento promissor, em roteiro frágil.




Com o intrigante A Princesa do Nebraska tive a mesma impressão: a aventura da jovem e grávida chinesa através do submundo e pela colônia oriental de São Francisco (na Califórnia) antecipava mais que uma releitura menor de Lost in Translation. Mesmo assim, um filme pontuado por belas tomadas.




Melhor do que assistir a um bom filme, é reencontrar amigos queridos. Como Bárbara Oliveira, que está de volta a Sampa após looooonga temporada em Floripa.

 
Por Sônia Guimarães às 00:03     2 comentários
10 outubro, 2008

Não li o livro mas o filme produziu em mim o impacto de uma intensa (e prazerosa) leitura. Se já não vivêssemos num tempo (real) de múltiplas pragas, diria que Ensaio Sobre a Cegueira é um ótimo filme de ficção científica. No decorrer da sessão Fernando Meirelles subiu vários pontos no meu conceito. É preciso coragem pra adaptar um romance como esse de Jose Saramago. E talento. E bons atores... Juliane Moore e Mark Rufallo fizeram tanta diferença! Já Alice Braga é uma estrela. Ah, e Sampa, hein? Que locação in-crí-vel!


 
Por Sônia Guimarães às 11:52     3 comentários
09 outubro, 2008

Antonio Marquez, num de seus melhores ângulos...








Reinventor da dança flamenca, mesmo depois de morto Antonio Gades continuou ofuscando todos os que tentaram seguir seus passos.












Joaquin Cortez chegou perto mas não o bastante. Tem mais charme do que flamenco no pé.









Já Antonio Márquez, hmmm... Esse não só parece ter chegado lá, como - em certos aspectos - dá até pra dizer que ele supera o mito
(uma vez que assisti aos três, acho que posso muito bem dar pitaco).

No tempo de Gades pesavam sobretudo talento e porte. Hoje em dia preparo físico e velocidade valem quase tanto quanto - desde que, é claro, acompanhados de talento e de porte.







A companhia de Márquez faz um flamenco ágil, virtuoso e preciso. Dramático mas ao mesmo tempo moleque, divertido. Autêntico, mas cosmopolita.



 
Por Sônia Guimarães às 12:43     2 comentários