Minhas últimas idas ao cinema foram (casualmente) pra ver filmes brazucas.

Me interessou muito mais a figura incrível de
Santiago do que o
mea culpa de João Moreira Salles ao modo como dirigiu o ex-mordomo de sua família, 14 anos atrás. Como o próprio documentarista falou: "É preciso ver as coisas com uma certa desconfiança". Lindo filme.
Querô me surpreendeu, sabia pouco a respeito quando entrei no cinema. O diretor Carlos Cortez trata com muita suavidade um drama cada vez mais banal como o da infância interrompida pelo abandono e a violência. A fotografia do Hélcio Nagamine é inventiva, moderna, super ágil. Os dois já fizeram vários documentários juntos, e o elenco é essencialmente formado por não-atores. Ou seja: apesar de ficção, tudo em Querô parece muito verdadeiro. Me tocou, em diferentes sentidos.

Teria deixado pra assistir a
Primo Baslio em DVD, não fosse o diretor de fotografia do filme um velho conhecido e ótimo profissional. Legal ter visto em grande formato. O filme é tecnicamente muito bem-feito. Não falo só da fotografia do
Nonato Estrela mas também do som, figurino, da direção de arte. Glória Pires e Débora Falabella estão ótimas nos papéis principais. Se parece um capítulo de novela? Em muitos momentos, sim. Mas é cinema.